








5 de abril
A Câmara Municipal de Loures apresentou, ontem, publicamente, o Programa Comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril, cujas iniciativas se concretizarão de abril de 2024 a abril de 2025.
Na sessão, que decorreu no auditório da Escola Secundária António Carvalho Figueiredo, perante uma plateia composta por jovens e alunos da Academia dos Saberes de Loures, a vice-presidente Sónia Paixão afirmou que estas comemorações se regem “pelos valores da Revolução dos Cravos que nos trouxeram a liberdade e a democracia”.
“Durante este ano queremos salientar a democratização das artes, da cultura e do desporto com uma oferta onde impera a diversidade, a igualdade, a solidariedade, a inclusão, a intergeracionalidade e a interculturalidade”.
De acordo com Sónia Paixão, as escolas serão o grande palco das comemorações do 25 de Abril, mas também “nos equipamentos culturais, nos equipamentos desportivos, nos bairros, nas ruas, com todos, todos, todos a celebrar a riqueza do nosso território e a riqueza do 25 de Abril”.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Loures aproveitou, ainda, para apresentar a oferta institucional da Autarquia nestas comemorações, um azulejo, que pretende “homenagear, simbolicamente, a Revolução dos Cravos, bem como a Fábrica de Loiça de Sacavém”.
A sessão continuou com assinatura de um acordo de colaboração entre o Município de Loures e Associação 25 de Abril. De acordo com o documento assinado pelo Presidente da Câmara, Ricardo Leão, e pelo coronel Vasco Lourenço, a Câmara de Loures irá conceder apoio financeiro, no montante total de 15 mil euros, pela colaboração da Associação 25 de Abril, ficando esta entidade responsável por disponibilizar uma exposição temática sobre o 25 de Abril, durante o período em que decorrem as Comemorações, bem como uma viatura Chaimite durante três dias, e prestar apoio técnico e institucional na preparação das comemorações.
“Há 50 anos Portugal e o Mundo acordaram, de repente, para uma situação que ninguém esperava”, afirmou o capitão de Abril, Vasco Lourenço. Depois de uma luta muito forte contra uma ditadura, contra todas as expetativas, as forças armadas foram um instrumento de paz, liberdade e democracia e não um instrumento de guerra”.
No entanto, alertou: “Os ventos podem ser preocupantes. Na Europa e em Portugal, começam a surgir forças claramente neofascistas a manifestarem-se contra a liberdade. A minha convicção, é que os portugueses vão conseguir manter a democracia e a liberdade, no mínimo, por mais 50 anos”.
Já Ricardo Leão lembrou que “não viveu em ditadura” e que “a grande maioria da população ativa do país não viveu o 25 de Abril, sentindo-o apenas por aquilo que lhes contaram”.
“É de extrema importância explicar a quem não viveu a Revolução dos Cravos, a importância que ela teve. Pensamos todos que a liberdade é um dado adquirido. Mas nada está conquistado. A liberdade tem de ser conquistada diariamente”.
Para o presidente da Câmara de Loures, “é nas escolas que temos de fazer sentir o que foi viver numa ditadura”, até porque “se isso não acontecer, arriscamo-nos que as próximas gerações celebrem Abril de uma forma muito simbólica, ou até deixem de comemorar esta data”.
“Temos de estar atentos àqueles que se aproveitam de uma democracia mesmo com imperfeições. Eu que não vivi nessa ditadura digo, e direi sempre, prefiro viver numa democracia imperfeita do que numa ditadura perfeita”.
A cerimónia terminou com o Encontro “Esta é a madrugada que eu esperava”, moderado pela jornalista da RTP, Soraia Ramos. No debate, em que se falou sobre histórias do 25 de Abril, participaram o coronel Vasco Loureço, Ricardo Leão, a presidente da Assembleia Municipal de Loures, Susana Amador, e a presidente da Assembleia Municipal Jovem de Loures em 2023, Bruna Maria.
No evento, abrilhantado por um quarteto de clarinetes, estiveram, ainda, o vereador Tiago Matias e o coronel Aprígio Ramalho.