Loures, Capital do Clarinete

O Município de Loures é um território onde a cultura tem lugar de destaque. Aqui damos valor às pessoas, aos seus anseios, aos seus valores, às suas identidades. Em Loures valorizamos a(s) História(s) das suas gentes, comunidades diversas, desejos comuns.

De entre todas as vertentes onde atuamos de forma a manter viva a herança cultural, a memória profunda, a identidade comum, a música revela-se como marca indelével.

Neste sentido, e com o destaque que lhe é dado pelos exímios instrumentistas oriundos do nosso território, o clarinete assume-se como primeiro entre os demais. 

Desde Marcos Romão dos Reis Júnior, a António Saiote, passando por Jaime Carriço e Luís Gomes, chegando às novas gerações de onde se destacam Aldara Medeiros, Beatriz Carvalho e Martim Barbosa, Loures foi e é um local onde o clarinete se assume como rei.

Cientes desta particularidade, que se torna grande a nível nacional e internacional, Loures alcançou uma notoriedade que lhe grangeia primazia entre os executantes e divulgadores do clarinete, por isso Loures é A Capital do Clarinete.

Natural é, pois, a importância que a divulgação deste instrumento tem tido nas nossas ações, sendo que, neste âmbito, temos a destacar a realização de eventos que muito têm contribuído para a divulgação, a formação e o usufruto do clarinete.

Iniciativas como o Meeting Internacional de Clarinete Marcos Romão dos Reis Júnior; o Clarinete In Orquestra; a Exposição Intemporalidades Sonoras – O Maestro Marcos Romão dos Reis Júnior e a constante Academia de Clarinete Marcos Romão dos Reis Júnior, muito têm contribuído para a promoção da excelência deste instrumento e dos seus executantes a nível nacional e internacional.

Assinalou-se a 6 de março de 2017 o centenário do nascimento do músico, maestro e compositor lourense que, por mérito próprio, se tornou numa das grandes referências nacionais no que respeita à execução, composição e ensino do clarinete.

A carreira de Marcos Romão dos Reis Jr., como executante, iniciou-se na Banda dos Bombeiros de Loures. Aos 16 anos ingressa na Banda da Armada onde, a partir de 1956, é nomeado chefe de banda. Foi igualmente maestro das bandas dos Bombeiros Voluntários de Loures e da Sociedade União Seixalense. Como instrumentista fez parte da Orquestra Sinfónica Nacional e da Orquestra Filarmónica de Lisboa. Em 1957 é convidado para professor no Conservatório Nacional onde leciona até meados da década de 80. Como compositor, a sua obra estendeu-se desde 1940 até 1997, destacando-se marchas, aberturas, divertimentos, fantasias e uma sinfonieta, tendo ainda escrito para pequenos grupos de câmara. O seu período de maior produtividade ficou compreendido entre os anos de 1976 e 1990.

Foi alvo de vários louvores, medalhas e condecorações, sendo que em 1993 lhe foi concedido, pela Câmara Municipal de Loures, a medalha de ouro de Honra do Concelho de Loures.

Por tudo isto e pelo orgulho que o músico e homem de Loures motiva, o Município de Loures assinalou o centenário do nascimento e homenageou Marcos Romão dos Reis Jr. enaltecendo esta personalidade ímpar no panorama cultural e musical do nosso Concelho, conferindo-lhe a importância que a mesma angariou, ao longo de toda a sua vida, por via do seu profissionalismo, entrega e dedicação à música, ao clarinete e à sua terra natal.

Ao longo de 2017 diversas iniciativas de promoção municipal assinalaram esta efeméride. A Academia de Clarinete Marcos Romão dos Reis Jr., uma exposição alusiva à sua vida e obra patente no Museu Municipal de Loures, o Meeting Internacional de Clarinete Marcos Romão dos Reis Jr., o Festival Internacional de Bandas Filarmónicas, o registo da marca Loures, Capital do Clarinete, entre outras ações também da iniciativa dos agentes musicais locais, marcaram as comemorações do Centenário de Marcos Romão dos Reis Jr., em Loures, sua terra natal.