
O Júri da primeira edição do Prémio Internacional de Composição para Clarinete e Big Band é constituído por quatro personalidades de reconhecido mérito, qualificação, idoneidade e notoriedade no campo musical, garantindo assim a notabilidade e relevância do Prémio: António Saiote, Carlos Azevedo, Paulo Gaspar e Pedro Moreira. O presidente da Câmara Municipal de Loures, ou seu representante, presidirá o Júri.

António Saiote
O Maestro António Saiote é um artista e pedagogo reconhecido internacionalmente. Prestes a completar 50 anos de carreira, é o solista clarinetista mais conceituado em Portugal, tendo atuado em mais de xx países. Atualmente ensina na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), no Porto. É, desde a sua génese, o Diretor Pedagógico e Artístico da Academia de Clarinete Marcos Romão dos Reis Jr. e do Meeting Internacional de Clarinete Marcos Romão dos Reis Jr., iniciativas sob a égide de Loures, Capital do Clarinete.

Carlos Azevedo
Carlos Azevedo define-se acima de tudo como compositor. Movimenta-se com igual à-vontade nos universos da música clássica e do jazz, escrevendo para as mais variadas formações desde o instrumento solista à orquestra – sinfónica ou de jazz. Tem sido um importante protagonista do movimento jazzístico portuense, tanto no campo educativo – associou-se à fundação da Escola de Jazz do Porto nos anos de 1980 e criou a primeira licenciatura em Jazz do país, na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo (ESMAE), em 2001 – como performativo – partilha com Pedro Guedes, desde 1999, a direção musical da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM). Este projeto mudou o panorama do jazz para grandes formações feito em Portugal e mantém um dinamismo ímpar, graças às encomendas de novas composições e às colaborações com grandes personalidades do jazz internacional.
Natural de Vila Real (1964), Carlos Azevedo estudou piano na infância e ingressou no Conservatório de Música do Porto em 1982, frequentando os cursos superiores de Piano e Composição. Foi o primeiro aluno inscrito na Escola Superior de Música do Porto (atual ESMAE), em 1986, e aí concluiu o curso de Composição. Prosseguiu depois para o mestrado em Composição na Universidade de Sheffield (1996), sob a orientação de George Nicholson, tendo concluído o doutoramento em 2017 também sob a orientação de George Nicholson.
O interesse pelo jazz surge nos anos do Conservatório, aprendendo sempre como autodidata e acabando por inaugurar a Escola de Jazz do Porto enquanto professor de piano, em meados dos anos 80 do século XX. Desde então, a par da atividade docente (composição, análise, orquestração) desenvolveu a carreira como músico de jazz, liderando o seu trio, escrevendo arranjos e colaborando como pianista em vários projetos. A suite Lenda para decateto foi apresentada nos festivais de Jazz do Porto (1999), Nantes (2000) e Guimarães (2001), tendo dado origem ao seu primeiro disco em nome próprio. A fatia maior das suas composições e arranjos, no campo do jazz, tem sido escrita para a Orquestra Jazz de Matosinhos, mas recebe também encomendas para outras formações (European Youth Jazz Orchestra, Brussels Jazz Orchestra, David Linx). Em 2003 foi finalista do Concurso Internacional de Composição da Brussels Jazz Orchestra, conquistando o primeiro prémio no ano seguinte.
No campo da música erudita, algumas das suas obras que mais têm sido tocadas são Drumming the Hard Way (2003, encomenda do Drumming – Grupo de Percussão) e Poema, para nove instrumentistas (2007, encomenda do Ministério da Cultura Delegação Regional da Cultura do Norte). Estão editadas em CD as obras Nem Sempre o Mar é Azul, para orquestra de cordas (Orquestra Sinfónica da Póvoa do Varzim/Osvaldo Ferreira, ed. Numérica); Jazzi Metal, para quinteto de metais (Royal Scottish Academy Brass/John Wallace, ed. Deux-Elles) e Sunflower, para quarteto de saxofones (Apollo Saxophone Quartet, ed. Quartz), entre outras. Das obras mais recentes, destacam-se: 5 Movimentos Sobre o Mar para quarteto de cordas e piano (2006, encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos); Verazin para quarteto de cordas (2009, encomenda do 31º Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim) e Crossfade para orquestra sinfónica, orquestra de jazz e solista (2010, encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos). Em 2012 foi estreada a ópera Mumadona, com libreto de Carlos Tê, uma encomenda de Guimarães – Capital Europeia da Cultura.
Professor na área de Composição na ESMAE, Carlos Azevedo exerceu aí funções diretivas como vice-presidente, entre 2002 e 2011. Por outro lado, continua a codirigir a OJM, para a qual escreve composições e arranjos originais e onde se apresenta frequentemente como pianista.
Integrou o júri dos concursos de composição Lopes-Graça, Cláudio Carneyro, Póvoa do Varzim e Brussels Jazz Orchestra.

Paulo Gaspar
Formado em Clarinete pela Escola Superior de Música de Lisboa, prosseguiu o mestrado em Artes Musicais na Universidade Nova de Lisboa e, em 2011, concluiu o doutoramento em Música e Musicologia na Universidade de Évora. Já lecionou em diversos conservatórios e é frequentemente convidado a realizar masterclasses de clarinete e introdução ao jazz. Atualmente é professor na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas (Hot Clube de Portugal), Academia Nacional Superior de Orquestra e Escola Superior de Música de Lisboa.
Ao longo da sua carreira tem desenvolvido uma atividade muito diversa que vai da música erudita ao jazz. Tem gravado e colaborado com importantes músicos portugueses e diversas orquestras nacionais. É solista da Banda da Armada, desde 1989, e clarinetista dos Dixie Gang, desde 1991. É um dos elementos fundadores do Lisbon Underground Music Ensemble e integra a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal.

Pedro Moreira
Saxofonista, compositor, maestro e docente na Escola Superior de Música de Lisboa, tem uma licenciatura em Jazz pela New School University, e um mestrado em composição pelo Mannes College of Music, em Nova Iorque. Atuou com o seu grupo em várias salas e festivais portugueses, assim como em vários países da Europa, América e África (França, Espanha, Alemanha, Grécia, EUA, Costa do Marfim, Angola, Moçambique). Colaborou igualmente com os grupos de Bruno Santos, Nelson Cascais, André Fernandes, Zé Eduardo, entre outros.
Como maestro, dirigiu a Big Band do Hot Clube de Portugal, European Youth Jazz Orchestra, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orchestrutópica, Orquestra do Algarve, Orquestra Angrajazz, Ensemble Moderno do Conservatório Nacional e Orquestra de Jazz do Conservatório da Madeira.
Conta com peças originais, executadas pela Orquestra de Jazz de Matosinhos, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Apollo Saxophone Quartet, Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Drumming Grupo de Percussão, Orquestrutópica.
Escreveu música para as peças de teatro Quando o Inverno Chegar e Mega Tarts, no Teatro São Luiz; “De Homem Para Homem, na Cornucópia; Two Maybe More, no Teatro Maria Matos e Como Queiram, no Teatro São Luiz/Teatro Nacional São João.
Foi diretor da Escola Superior de Música de Lisboa, assim como coordenador da variante de jazz da licenciatura em Música. Foi também diretor da Escola Luíz Villas-Boas do Hot Clube de Portugal. Foi docente do Conservatório Nacional de Lisboa, Instituto Piaget e curso de Jazz do Conservatório da Madeira.
Como arranjador, colaborou com Camané, Cristina Branco, António Zambujo, Pedro Abrunhosa, Milton Nascimento, Rodrigo Leão, Xutos e Pontapés, GNR e muitos outros. Fez recentemente orquestrações para os espetáculos Canções para Revoluções e António &; Variações, ambos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e solistas convidados.
Tem vários discos editados em nome próprio, mas também como colaborador em projetos de outros músicos.